sexta-feira, 1 de junho de 2012
loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos.
Eu escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inequietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Eu fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles eu não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Eu quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e a pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, eu quero tambem a sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim, metade bobeira metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Eu não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice.
Crianças, para que não esquecam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Eu tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde
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Lembrei de vocês, artistas bobos e sérios.
Mariana Carvalho
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