Encontrei esses dias um artigo no Correio Braziliense, da Helena Mader,
que me lembrou da discussão que tivemos em aula sobre o tratamento equivocado
do jornalismo quando o assunto abordado é arte.
Esse link é um resumo da matéria impressa:
Basicamente o artigo aborda os defeitos nas iluminações dos prédios da
esplanada, possuindo um caráter de denuncia.
No jornal impresso a matéria
foi denominada Pichações de luz e ocupava uma página inteira do jornal, com
varias imagens dos defeitos dos prédios.
Alguns trechos importantes:
Para Gasper, os problemas na iluminação são “um descaso com a obra de
Niemeyer” e tem o mesmo efeito de uma pichação sobre os monumentos. [...] Mas,
em alguns prédios de Brasília, como o Congresso Nacional, acabaram com a
iluminação e estão literalmente pichando o prédio com luz. Isso é inconcebível,
por conta das questões estéticas, mas , principalmente, porque isso configura
um desrespeito a Oscar Niemeyer”
Me chamou atenção a forma que a
pichação foi usada para descrever esses defeitos, comparando ela com problemas
da iluminação dos prédios da esplanada, que são monumentos importantes na
identidade da cidade e por isso são tratados como intocáveis, reforçando a
concepção de grande parte da sociedade, que vê também nas pichações uma invasão
à propriedade privada, que assim como os monumentos, deve ser respeitada e
permanecer intacta, sem sofrer interferências externas. Nos dois casos são tratados
como problemas visuais que enfeiam a cidade “eles
tratam os brasilienses como um bando de cegos sem senso estético” que devem
ser solucionados.
Danielle Monteiro Correa Amorim