Na Europa, na década de 60, os artistas abandonavam a abstração para voltar a focar na figuração, desta vez mais expressiva, mais associada aos significados propostos pelo artista envolvendo o meio urbano, os papéis sociais e o cotidiano, em confronto com a figura associada aos estados subjetivos e sentimentais superados anteriormente. A arte agora não só representava a atualidade como também se comunicava com ela, e neste diálogo, está a própria atitude do artista.
Toda esta comunicação em massa através de símbolos se personificou fortemente nos Estados Unidos com a PopArt: Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, HQs, publicidades e propagandas, Marilyn Monroe, produtos comerciais. Havia então, um acervo imagético apto a ser explorado de forma intensa e eminentemente crescente nos EUA.
Na América Latina, a influência da nova figuração americana e européia encaixou-se muito bem no momento histórico em que se passavam os países, essas idéias libertárias de uma comunicação mais direta e crítica foram devidamente abraçadas pelos artistas locais que usaram de símbolos nacionalizados para atingirem seus alvos, visando a identificação com o observador, para isso, incorporando símbolos de sua cultura e mitologia, além das figuras populares da televisão, futebol e publicidade.
A arte indígena não é diferente desta, na questão que estamos discutindo, assim como os artistas figurativos, os índios faziam seus desenhos para que representassem signos de sua cultura e mitologia, e nos outros países da américa latina, mais do que no Brasil, está fortemente presente nessa ressignificação da arte a cultura indígena que o país carrega, com entidades e figuras que fazem parte de um imaginário herdado dessas sociedades autóctones.
Thainá Margalho