domingo, 20 de maio de 2012

Arte "Meio-Termo"

A arte Neo-Figurativa é um gênero de manifestações artísticas ocorridas na segunda metade do século XX. Como o nome sugere, é um movimento que evidencia a figura em detrimento do abstracionismo. Porém essa nova figuração não se baseia na cópia da natureza, presente na pintura e na escultura tradicional. Portanto as figuras são representadas a partir da ideia, e não a partir da realidade. Daí a arte "meio-termo" pois posiciona-se no centro do eixo figurativo-abstrato.

Sabe-se que em cada país houve uma denominação diferente para essas manifestações na arte, isso porque leva-se em consideração os movimentos artísticos regionais. Por exemplo, na Alemanha foi conhecida como "Neo-expressionismo" devido ao exito do expressionismo no país. O mesmo observa-se na Itália com a denominação de "Trans-vanguarda".

Alguns artistas de alguns países da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil:

Itália - Mimmo Paladino

Dormienti, Instalação na Villa Pisani

Alemanha - Markus Lupertz


Estados Unidos - Barquiat


Grã-Bretanha - Victor Willing
Cabeça (Head), 1987


França - Remí Banchard


Espanha - Miguel Arroyo


Portugal - Paula Rego

Brasil - Jorge Duarte

Junior Maia

Questionamentos sobre a Nova Figuração...

                                           Da Vida e da Arte

Da vida
e da arte
É tênue o limite,
Se é que ele existe!
Qual parte é qual parte?
Qual delas se omite?
Qual busca o debate?
Qual sela o contraste?
Qual nega o convite?
Da arte pra vida,
Qual a diferença?
Se ambas compreendem
Palavras unidas
Em louca seqüência
Que ninguém entende...?
                                                                Ederson Peka
                                                                 16/04/2010

A liberdade que o artista passa a ter com a nova figuração trazem uma contribuição fundamental para a sociedade, a partir de agora a subjetividade do artista é o objeto central da composição, estabelecer as ligações de crítica ao que nos cerca e a utilização de novos suportes nas obras passam a ser recorrentes nas manifestações artísticas. Entretanto essa proximidade muitas vezes é mal entendida pelo público, que ainda está ligado ao clássico. Está aí também a dificuldade enfrentada pelo artista em atingir ao público, de trazer algo novo, estabelecer vinculos, desconstruir conceitos, analisar e trazer a tona assuntos que causam incômodo. Esses objetivos tem sido atingidos? É certo que a expressão humana se dá através da arte, mas será que todos conseguem enxergar isso? Essas peguntas traduzem muitos dos questinamentos dos artistas em relação ao próprio trabalho e das suas contribuições.




Música do Pearl Jam - Do the evolution,  é interessante ver como essa música retrata a realidade do homem na sociedade, como ele pensa e vê o mundo, a superioridade diante de outras espécies de animais e até mesmo do indígena. Os avanços tecnológicos e o bombardeio de informações pressionam tanto a ponto de chegar ao colapso, a explosão. Essa evolução poderia ser adequada a nova figuração da arte, diferentes formas de representar, expressar e viver, entretanto essa evolução pode não ser algo tão bom assim, uma vez que resulta na explosão, não seria um tiro no próprio pé ?!  


Karla Eduarda Gomes
Na Europa, na década de 60, os artistas abandonavam a abstração para voltar a focar na figuração, desta vez mais expressiva, mais associada aos significados propostos pelo artista envolvendo o meio urbano, os papéis sociais e o cotidiano, em confronto com a figura associada aos estados subjetivos e sentimentais superados anteriormente. A arte agora não só representava a atualidade como também se comunicava com ela, e neste diálogo, está a própria atitude do artista.
Toda esta comunicação em massa através de símbolos se personificou fortemente nos Estados Unidos com a PopArt: Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, HQs,  publicidades e propagandas, Marilyn Monroe, produtos comerciais. Havia então, um acervo imagético apto a ser explorado de forma intensa e eminentemente crescente nos EUA. 
Na América Latina, a influência da nova figuração americana e européia encaixou-se muito bem no momento histórico em que se passavam os países, essas idéias libertárias de uma comunicação mais direta e crítica foram devidamente abraçadas pelos artistas locais que usaram de símbolos nacionalizados para atingirem seus alvos, visando a identificação com o observador, para isso, incorporando símbolos de sua cultura e mitologia, além das figuras populares da televisão, futebol e publicidade.
 A arte indígena não é diferente desta, na questão que estamos discutindo, assim como os artistas figurativos, os índios faziam seus desenhos para que representassem signos de sua cultura e mitologia, e nos outros países da américa latina, mais do que no Brasil, está fortemente presente nessa ressignificação da arte a cultura indígena que o país carrega, com entidades e figuras que fazem parte de um imaginário herdado dessas sociedades autóctones.

Thainá Margalho


Série "O sacrifício"   Barbara de Souza Araujo
Impressões sobre a nova figuração: carne, vísceras, subjetividade, liberdade, morte do conceito.

Reflexos


                                   Ana Carolina Pinheiro

ARTE E VIDA

\
MINHA ARTE 

MINHA VIDA 

MINHAS ESCOLHAS

MEU CORPO 

MINHA REALIDADE 

MEU RACIOCÍNIO

MINHAS REFLEXÕES E O AMOR 






Stenio Freitas

Mapa mental sobre arte e a nova figuração
Expressões e palavras-chave do campo artístico relacionadas entre si numa grande rede intrínseca de questões culturais e sócio-políticas. As setas ligam os conceitos negados e os propostos da Nova Figuração e seguem do artista para o público e do público para o artista, evidenciando a preciosa formação de unidade que a interatividade entre estes dois entes provoca. Porque, afinal, a arte sempre foi sobre a experiência compartilhada da humanidade da percepção do universo. Assim, sinto como se não houvesse necessidade de diferenciar artista-arte-público.
Com este mapa mental, fixei fisicamente a minha concepção sobre estas ideias. Utilizei recortes de palavras que se conectaram na minha mente durante o aprendizado e depois fui reconectando-as mentalmente e fisicamente sobre a minha mesa de trabalho. As guiei com linhas de raciocínio coloridas e refiz todo o processo mental sobre estas ideias cada vez que ligava um recorte ao outro.




Legenda: As setas verdes indicam o pensamento da nova figuração; as setas azuis-claro, ideias ultrapassadas que permeiam os conceitos globais de artes; os quadrados de cor azul escuro, frases e expressões que elevam a "deselitização" da arte; e a cor vermelha une os três entes do sistema.

Ideia e sensibilidade, mental e corporal, abstrato e figurativo.
Creio que é esta a grande questão do ser humano, a luta (que só causa agonia) entre a razão e o sensorial, que não pode explicar ao mesmo tempo que compreende tão completamente.
A razão acabou nos deixando mais confusos...?

Mariana Carvalho