segunda-feira, 28 de maio de 2012

um amigo meu me mostrou um artista Travis Collinson e a primeira coisa que pensei foi "nova figuração", como as figuras são bizarrinhas e super comuns, parece que a gente vê elas todos os dias, nessa mesma forma, com esses olhos, elas existem. bom, essa foi minha impressão.




(Beatriz Leite Gonçalves)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

    A nova figuração surge na década de 60, retomando a figuração em contra partida ao abstracionismo . A nova figuração tem como ponto crucial, a construção da percepção do artista, o artista tende a expremir sua percepção sobre o  mundo que o cerca  . No Brasil a nova figuração e tomada pelas relações socio-politicoculturais, de forma critica,portanto a reflexão intima do artista exprime através de sua obra, a percepção do cotidiano de modo multiplo e subjetivo,transcendendo os ideais clássicos,alargando significado,transpondo as regras  de composição acadêmica, o que reflete na subjetividade do conteúdo,além da incorporação  do popular no circuito da expressão artística.

Alinne Gonçalves


Antonio Segui-tenne dialogo
Obra



Antonio Segui - untitled
Antonio Segui. Untitled. 1967

Rubens Gechman- carros



Rubens Gechman- não há vagas
nao ha vagas rubens gerchman Rubens Gerchman   Pintor Brasileiro

domingo, 20 de maio de 2012

Arte "Meio-Termo"

A arte Neo-Figurativa é um gênero de manifestações artísticas ocorridas na segunda metade do século XX. Como o nome sugere, é um movimento que evidencia a figura em detrimento do abstracionismo. Porém essa nova figuração não se baseia na cópia da natureza, presente na pintura e na escultura tradicional. Portanto as figuras são representadas a partir da ideia, e não a partir da realidade. Daí a arte "meio-termo" pois posiciona-se no centro do eixo figurativo-abstrato.

Sabe-se que em cada país houve uma denominação diferente para essas manifestações na arte, isso porque leva-se em consideração os movimentos artísticos regionais. Por exemplo, na Alemanha foi conhecida como "Neo-expressionismo" devido ao exito do expressionismo no país. O mesmo observa-se na Itália com a denominação de "Trans-vanguarda".

Alguns artistas de alguns países da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil:

Itália - Mimmo Paladino

Dormienti, Instalação na Villa Pisani

Alemanha - Markus Lupertz


Estados Unidos - Barquiat


Grã-Bretanha - Victor Willing
Cabeça (Head), 1987


França - Remí Banchard


Espanha - Miguel Arroyo


Portugal - Paula Rego

Brasil - Jorge Duarte

Junior Maia

Questionamentos sobre a Nova Figuração...

                                           Da Vida e da Arte

Da vida
e da arte
É tênue o limite,
Se é que ele existe!
Qual parte é qual parte?
Qual delas se omite?
Qual busca o debate?
Qual sela o contraste?
Qual nega o convite?
Da arte pra vida,
Qual a diferença?
Se ambas compreendem
Palavras unidas
Em louca seqüência
Que ninguém entende...?
                                                                Ederson Peka
                                                                 16/04/2010

A liberdade que o artista passa a ter com a nova figuração trazem uma contribuição fundamental para a sociedade, a partir de agora a subjetividade do artista é o objeto central da composição, estabelecer as ligações de crítica ao que nos cerca e a utilização de novos suportes nas obras passam a ser recorrentes nas manifestações artísticas. Entretanto essa proximidade muitas vezes é mal entendida pelo público, que ainda está ligado ao clássico. Está aí também a dificuldade enfrentada pelo artista em atingir ao público, de trazer algo novo, estabelecer vinculos, desconstruir conceitos, analisar e trazer a tona assuntos que causam incômodo. Esses objetivos tem sido atingidos? É certo que a expressão humana se dá através da arte, mas será que todos conseguem enxergar isso? Essas peguntas traduzem muitos dos questinamentos dos artistas em relação ao próprio trabalho e das suas contribuições.




Música do Pearl Jam - Do the evolution,  é interessante ver como essa música retrata a realidade do homem na sociedade, como ele pensa e vê o mundo, a superioridade diante de outras espécies de animais e até mesmo do indígena. Os avanços tecnológicos e o bombardeio de informações pressionam tanto a ponto de chegar ao colapso, a explosão. Essa evolução poderia ser adequada a nova figuração da arte, diferentes formas de representar, expressar e viver, entretanto essa evolução pode não ser algo tão bom assim, uma vez que resulta na explosão, não seria um tiro no próprio pé ?!  


Karla Eduarda Gomes
Na Europa, na década de 60, os artistas abandonavam a abstração para voltar a focar na figuração, desta vez mais expressiva, mais associada aos significados propostos pelo artista envolvendo o meio urbano, os papéis sociais e o cotidiano, em confronto com a figura associada aos estados subjetivos e sentimentais superados anteriormente. A arte agora não só representava a atualidade como também se comunicava com ela, e neste diálogo, está a própria atitude do artista.
Toda esta comunicação em massa através de símbolos se personificou fortemente nos Estados Unidos com a PopArt: Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, HQs,  publicidades e propagandas, Marilyn Monroe, produtos comerciais. Havia então, um acervo imagético apto a ser explorado de forma intensa e eminentemente crescente nos EUA. 
Na América Latina, a influência da nova figuração americana e européia encaixou-se muito bem no momento histórico em que se passavam os países, essas idéias libertárias de uma comunicação mais direta e crítica foram devidamente abraçadas pelos artistas locais que usaram de símbolos nacionalizados para atingirem seus alvos, visando a identificação com o observador, para isso, incorporando símbolos de sua cultura e mitologia, além das figuras populares da televisão, futebol e publicidade.
 A arte indígena não é diferente desta, na questão que estamos discutindo, assim como os artistas figurativos, os índios faziam seus desenhos para que representassem signos de sua cultura e mitologia, e nos outros países da américa latina, mais do que no Brasil, está fortemente presente nessa ressignificação da arte a cultura indígena que o país carrega, com entidades e figuras que fazem parte de um imaginário herdado dessas sociedades autóctones.

Thainá Margalho


Série "O sacrifício"   Barbara de Souza Araujo
Impressões sobre a nova figuração: carne, vísceras, subjetividade, liberdade, morte do conceito.

Reflexos


                                   Ana Carolina Pinheiro

ARTE E VIDA

\
MINHA ARTE 

MINHA VIDA 

MINHAS ESCOLHAS

MEU CORPO 

MINHA REALIDADE 

MEU RACIOCÍNIO

MINHAS REFLEXÕES E O AMOR 






Stenio Freitas

Mapa mental sobre arte e a nova figuração
Expressões e palavras-chave do campo artístico relacionadas entre si numa grande rede intrínseca de questões culturais e sócio-políticas. As setas ligam os conceitos negados e os propostos da Nova Figuração e seguem do artista para o público e do público para o artista, evidenciando a preciosa formação de unidade que a interatividade entre estes dois entes provoca. Porque, afinal, a arte sempre foi sobre a experiência compartilhada da humanidade da percepção do universo. Assim, sinto como se não houvesse necessidade de diferenciar artista-arte-público.
Com este mapa mental, fixei fisicamente a minha concepção sobre estas ideias. Utilizei recortes de palavras que se conectaram na minha mente durante o aprendizado e depois fui reconectando-as mentalmente e fisicamente sobre a minha mesa de trabalho. As guiei com linhas de raciocínio coloridas e refiz todo o processo mental sobre estas ideias cada vez que ligava um recorte ao outro.




Legenda: As setas verdes indicam o pensamento da nova figuração; as setas azuis-claro, ideias ultrapassadas que permeiam os conceitos globais de artes; os quadrados de cor azul escuro, frases e expressões que elevam a "deselitização" da arte; e a cor vermelha une os três entes do sistema.

Ideia e sensibilidade, mental e corporal, abstrato e figurativo.
Creio que é esta a grande questão do ser humano, a luta (que só causa agonia) entre a razão e o sensorial, que não pode explicar ao mesmo tempo que compreende tão completamente.
A razão acabou nos deixando mais confusos...?

Mariana Carvalho

sábado, 19 de maio de 2012


Um pouco sobre o escroto, Matthew Barney e a experiência pessoal obtida ao assistir Cremaster 4.  - Hermano Luz

          Cremaster é um músculo que se insere no escroto, é o músculo que suspende ou sustenta os testículos e a sua função está relacionada com a manutenção da temperatura dos testículos. Porém, se for buscar essa palavra em um site de buscas como o google, encontrará um outro resultado, que ofusca o original: The Cremaster Cycle.
o Artista plástico americano Matthew Barney foi o responsável por essa nova resignificação e importância na palavra Cremaster. Entre 1994 e 2002 ele criou uma série de 5 filmes, se é que podemos chamar eles de filmes - e sim arte. A vida do artista é curiosa, pois na escola era do time de futebol americano e luta-livre, e logo após se formar seguiu rumo como modelo para grifes famosas tal como Ralph Lauren e Abercrombie. Após, entrou para a consagrada universidade Ivy League(uma das 8 mais importantes universidades do país, assim como Harvard) que é a Yale University. Interessantemente, ele entrou para medicina, para ser cirurgião plástico. Dois semestres depois, decidiu mudar para o departamento de Artes. Ou seja, De atleta a modelo, de modelo a estudante de medicina, de estudante de medicina a estudante de artes seguiu a trajetória nada simples do artista. Com certeza se não fosse esse caminho, não teríamos o resultado visto em suas obras, afinal tudo o que ele passou está presente e influenciou a elas de alguma forma.
O primeiro filme da série é Cremaster 4, em 1995. Assim como Star Wars de George Lucas, o primeiro filme não segue a ordem cronológica - sendo diferente depois em que a ordem do Cremaster nunca é sequencial. O Barney escolhe uma camera com uma estética meio amadora/caseira para fazer o filme, uma escolha intencional parecida posteriormente com David Lynch ao filmar Império dos Sonhos. A trilha sonora é mais ambiental, fora o som causada pela gaita-de-foles escocesa. O filme, sem sombra de dúvidas é muito complexo e não é totalmente desvendável - mas não é de forma nenhuma "porra louca" - nenhum filme dele é. É um território que o artista conhece demais, já é um assunto que ele tratava já desde que ele se formou na escola, onde, como orador da turma, fez um discurso desenhando linhas paralelas entre as viagens da vida e a trajetória da esperma em 1985, e com certeza estudou muito sobre ao fazer medicina em Yale. Em Cremaster 4, temos o próprio Matthew Barney como o Loughton Candidate - um certo híbrido que sapateia, e um buraco se revela cada vez maior no chão da sala em que está. Outros elementos no filme são fadas musculosas, corrida de moto em direções opostas com o que aparenta ser testículos saindo de cada bolso, entre outras coisas - as interpretações e significados podem ser vários. Interessantemente, o que mais dá dicas(ou não) sobre o filme são os créditos: neles podemos ver os nomes dos personagens, o que eles são, aonde foi filmado entre outras coisas. Uma texto muito interessante de significados está em "http://www.flickriver.com/photos/topsy/207868006/" (extratos dá pagina 62 do livro Cremaster Cycle) , onde relaciona o carneiro que tem 4 xifres com o personagem híbrido, que se ausencia dos 4, entre outras coisas. A experiência estética dos filmes também é invejável - não é preciso compreender os significados do filme para atrair e  disfrutar da beleza do mesmo, assim como no meu ponto de vista, arte não é 100% compreensão. Assim, pretendo continuar minha maratona de filmes(só assisti o 1 e o 4 por enquanto) do ciclo Cremaster, porém na minha opinião, já vejo Matthew Barney como um artista genial e sua contribuição ao campo da arte e da videoarte  essencial.

(bibliografia:
Cremaster 4(1995) - Barney,  Matthew
http://rastreiodecozinha.blogspot.com.br/2009/05/cremaster-sustentavel-leveza-dos.html
http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/1549,1.shl
http://www.cremasterfanatic.com/Biography.html
http://www.flickriver.com/photos/topsy/207868006)


A nova figuração europeia se apresenta na década de 60 e tem por objetivo claro criticar a arte conceitual e tenta trazer através da figuração uma arte que demostre as particularidades e intimidades dos pintores. Essa busca não se dá através de ideologias que se apresentam diretamente para o observador, más através do olhar do mesmo, procura-se uma arte que mostre os sentimentos do pintor e não uma arte que se construa cem por cento através das experiências do observador. Na nova figuração europeia, o artista se vê livre das amarras conceituais podendo criar e imaginar sua própria arte.
Na Argentina os pintores utilizam a figuração não só para pintarem livremente, mas também para criticar regras acadêmicas como a posição certa de uma tela ser pintada ou destruir a ideia de que uma tela deve ser pintada com tinta. As telas argentinas apresentam desenhos formados com tecidos, colares, correntes, enfim, uma serie de novos materiais. As mesmas podem ser vistas nos links propostos pela professora ao final dos slides.  
No Brasil, a nova figuração se mostra com um caráter politico libertário muito forte como pode ser lida no texto de Hélio Oiticica “Esquema Geral da nova objetividade”. A figuração brasileira carrega uma forte busca por identidade, onde o movimento da antropofagia se reergue visando uma arte estritamente brasileira, as imagens trazem símbolos nacionais, além de novas propostas como a pintura fora do cavalete, apresentada em objetos cotidianos imersos nas cores, nas musicas e nas personagens na nossa cultura.
Já na figuração americana o principal ponto é o excesso. São obras com muitos símbolos, cores vibrantes ou mesmo o preto usado como força, como arma para um possível confronto. Esses excessos têm por finalidade mostrar os sentimentos, os pensamentos ou mesmo as criticas ao sistema da época. Todas essas características também se apresentam na nova figuração europeia. O que as diferiria seria apenas o caráter de construção como identidade, caráter esse apresentado no modelo europeu.   
Figuração, ou arte figurativa por definição quer dizer tipo de arte que representa seres ou objetos de forma que sejam reconhecíveis para aqueles que os olham (Itaú cultural). Sendo assim, a arte indígena não possui nenhuma diferença da nossa arte dita Ocidental. Os índios fazem sua arte e representam seres e objetos por eles reconhecíveis ,o mesmo ocorre conosco quando vemos a arte figurativa “ocidental” .A arte, como qualquer outra característica de uma sociedade se difere da arte de outra sociedade, nem por isso negamos que seja arte a arte produzida na China só porque não “conseguimos entender” seus significados. Em um artigo escrito pelo professor da UFRJ Els Lagrou intitulado “Arte ou artefato? Agencia e significado nas artes indígenas” há um questionamento sobre considerar ou não a arte indígena como arte. Deixo o link do artigo citado para que todos leiam e tirem suas próprias conclusões.  http://www.ifch.unicamp.br/proa/DebatesII/elslagrou.html.
Umas das obras mostradas no slide que para mim carrega essa característica do símbolo, do reconhecível culturalmente que é muito presente na arte indígena é a obra de Asger Jorn, A vanguarda não se rende, 1962. Apresento essa como exemplo por que é necessário que se tenha um conhecimento cultural para que se entenda o porque da menina vestida daquela maneira, o que aquela vestimenta queria dizer em um determinado período histórico, a que cultura ela pertence, a que classe ,etc .Conhecimentos esses que possuímos e que conseguimos codifica-los.
Renata Esteves Lobato.

sexta-feira, 18 de maio de 2012



A música é pertinente com a matéria no ponto que retrata bem a arte pós moderna contemporanea, com a morte das vanguardas, o uso de novas tecnologias , o hibridismo, um novo concito estético...

Anne Vechi Torres

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Arte e Vida

"A arte é uma qualidade que permeia a experiência, uma experiência que é mais do que estética: uma experiência carregada de significado". Assim John Dewey começa o último capítulo de "Arte como Experiência" escrito em 1934. Para ir fundo nesta ideia teríamos que discutir o que constitui uma experiência e o que gira em torno do significado, mas o que me interessa aqui é refletir sobre a natureza da arte. Trouxe para esta discussão uma obra que me parece, pode nos acercar á compreensão deweyana de arte como experiência.

Mas antes vamos despir o conceito de arte da sua pesada veste de objeto/produto que dominou com o pensamento ocidental europeu desde o Renascimento e que ainda podemos sentir nas sociedades contemporâneas. Com estas vestes, a arte se impôs sobre outras formas de compreensão e se instaurou no imaginário cultural até nossos dias. Depois, vamos despir a arte das joias subjetivas do Idealismo Romântico que lhe deram um brilho misterioso, uma aura de exclusividade luxuosa que brota de seres escolhidos por um desígnio divino ao qual não podem aceder os simples mortais. Envolvida a arte na névoa confusa da filosofia aprendemos reconhecê-la nos templos que levantaram para sua memória.

Vamos começar então por deixar a arte nua, despojá-la da suas vestes e joias mais valiosas: nem objetos, nem sujeitos da arte. Assim nua, parece demais com a vida, veremos que não resta nada que possa nos iludir na sua aparência. Mas, será que Ad Reinhardt tinha razão quando dizia que arte é arte e vida é vida?

Antes de continuar vejamos a performance de Marina Abramovic, "A Artista está Presente" realizada e durante três meses no MoMA em N.Y. em 2010:

http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/marinaabramovic/

Marina Abramovic leva este questionamento a sua maior intensidade na mais emocionante performance já realizada. Não se trata só do tempo que permaneceu olhando cada uma das pessoas que sentaram na sua frente, mas da intensidade vivida tanto para ela como para os participantes. É impossível, como podemos desprender desta obra, apontar UM significado ou UMA experiência e explicá-los. Pois a única maneira de compreender é através de uma experiência intensa como esta.

Sua natureza é incorporal, não se estaciona nem no objeto, nem no sujeito. Não é propriedade nem do sujeito nem do objeto. A arte acontece no encontro significativo entre eles. E como acontecimento, sua natureza é fluida, imaterial, indeterminada. Mas isto não significa que a arte não possa se materializar, seria negar a força da sua evidencia. É claro que a experiência da arte deixa marcas materiais e culturais.

Sua importância se deve à intensidade com que estas marcas devolvem vida à vida. A experiência da arte é o momento em que sentimos que fizemos contacto, que conseguimos tocar o mundo e que o mundo nos toca burlando a intransponível solidão do nosso corpo. A arte é uma forma de celebrar o encontro, de marcar sua intensidade, de lembrar que estamos todos (e quando digo "todos" me refiro a todos os que existiram) conectados. Não se trata só de uma língua que todos falamos, um ato de comunicação, mas de um sentido que compartilhamos, mesmo quando não compartilhamos nada. Assim, a arte pode tomar todas as formas possíveis em que os seres se encontram entre si e com o mundo. O que nos une de maneira inequívoca é esta capacidade de transpor o abismo das nossas diferenças. Saber que podemos fazer contacto. A dança, a música, o performance, as imagens, as palavras que articulamos são evidências que deixam as experiências da arte. Mas isto não significa que arte e vida são a mesma coisa. Mesmo nos povos e culturas em que a arte se manifesta na vida cotidiana, esta se diferencia como um momento de intensa experiência comunitária. 

Joseph Beuys afirmava que todos somos artistas. Como ele acredito que todos temos o poder de fazer contato, de criar formas que nos conduzam a experiências intensas e significativas na vida que sejam capazes de mudar nossa compreensão do mundo, mas é um poder que deve ser trabalhado constantemente, construído com esforço e profundo engajamento. A vida é um risco que ninguém pediu para correr e que só a arte é capaz de conjurar. Na arte somos todos a mesma matéria e a mesma energia que se completa na experiência vivida.

Tatiana