sábado, 19 de maio de 2012


A nova figuração europeia se apresenta na década de 60 e tem por objetivo claro criticar a arte conceitual e tenta trazer através da figuração uma arte que demostre as particularidades e intimidades dos pintores. Essa busca não se dá através de ideologias que se apresentam diretamente para o observador, más através do olhar do mesmo, procura-se uma arte que mostre os sentimentos do pintor e não uma arte que se construa cem por cento através das experiências do observador. Na nova figuração europeia, o artista se vê livre das amarras conceituais podendo criar e imaginar sua própria arte.
Na Argentina os pintores utilizam a figuração não só para pintarem livremente, mas também para criticar regras acadêmicas como a posição certa de uma tela ser pintada ou destruir a ideia de que uma tela deve ser pintada com tinta. As telas argentinas apresentam desenhos formados com tecidos, colares, correntes, enfim, uma serie de novos materiais. As mesmas podem ser vistas nos links propostos pela professora ao final dos slides.  
No Brasil, a nova figuração se mostra com um caráter politico libertário muito forte como pode ser lida no texto de Hélio Oiticica “Esquema Geral da nova objetividade”. A figuração brasileira carrega uma forte busca por identidade, onde o movimento da antropofagia se reergue visando uma arte estritamente brasileira, as imagens trazem símbolos nacionais, além de novas propostas como a pintura fora do cavalete, apresentada em objetos cotidianos imersos nas cores, nas musicas e nas personagens na nossa cultura.
Já na figuração americana o principal ponto é o excesso. São obras com muitos símbolos, cores vibrantes ou mesmo o preto usado como força, como arma para um possível confronto. Esses excessos têm por finalidade mostrar os sentimentos, os pensamentos ou mesmo as criticas ao sistema da época. Todas essas características também se apresentam na nova figuração europeia. O que as diferiria seria apenas o caráter de construção como identidade, caráter esse apresentado no modelo europeu.   
Figuração, ou arte figurativa por definição quer dizer tipo de arte que representa seres ou objetos de forma que sejam reconhecíveis para aqueles que os olham (Itaú cultural). Sendo assim, a arte indígena não possui nenhuma diferença da nossa arte dita Ocidental. Os índios fazem sua arte e representam seres e objetos por eles reconhecíveis ,o mesmo ocorre conosco quando vemos a arte figurativa “ocidental” .A arte, como qualquer outra característica de uma sociedade se difere da arte de outra sociedade, nem por isso negamos que seja arte a arte produzida na China só porque não “conseguimos entender” seus significados. Em um artigo escrito pelo professor da UFRJ Els Lagrou intitulado “Arte ou artefato? Agencia e significado nas artes indígenas” há um questionamento sobre considerar ou não a arte indígena como arte. Deixo o link do artigo citado para que todos leiam e tirem suas próprias conclusões.  http://www.ifch.unicamp.br/proa/DebatesII/elslagrou.html.
Umas das obras mostradas no slide que para mim carrega essa característica do símbolo, do reconhecível culturalmente que é muito presente na arte indígena é a obra de Asger Jorn, A vanguarda não se rende, 1962. Apresento essa como exemplo por que é necessário que se tenha um conhecimento cultural para que se entenda o porque da menina vestida daquela maneira, o que aquela vestimenta queria dizer em um determinado período histórico, a que cultura ela pertence, a que classe ,etc .Conhecimentos esses que possuímos e que conseguimos codifica-los.
Renata Esteves Lobato.

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